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Porto Velho, Rondônia, Brazil
de repente sem ruído as unhas crescem os ossos esticam os dentes nascem o cabelo escurece os olhos aguçados a boca o peito o abdômen imutável a tumba confortável a tumba confortável a tumba só confortável só a tumba confortável

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Poesia calada

Sabes qual é o medo da poetisa?
Que a primavera passe,
Que a brisa não a toque,
Que o frio não a envolva,
O medo da poetisa é a ocupação...
Ela não teme o erro, teme a displicência...

O medo confunde,
agarra os galhos e não os solta mais
Arranca as folhas e as põe em caixas...

É como não poder mergulhar.
O enorme muro se enfeita
Musgos verdes como o céu
Tão verdes quanto o céu...
Tão vivos quanto eu...

Não fale sobre isso!
O beijo que emudece,
A boca que fala,
A boca que cala...
A boca que inala...
A boca que cala!
A boca que rí,
A boca que cala!

A boca que fala, mas cala,
A boca que cala, mas fala!
O calar da boca quieta se irriquieta,
O calor da boca fria não esquenta...

A boca que fala morre,
A boca que cala ressuscita.

Um comentário:

Meu tudo e/ou nada disse...

é exatamente isso que ela faz...
depois ela te envolve, aperta, sufoca.. torna-se tua ancora..
e vc passa a sob viver