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Porto Velho, Rondônia, Brazil
de repente sem ruído as unhas crescem os ossos esticam os dentes nascem o cabelo escurece os olhos aguçados a boca o peito o abdômen imutável a tumba confortável a tumba confortável a tumba só confortável só a tumba confortável

sábado, 21 de novembro de 2009

"A Árvore da Serra"

-As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

-Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs alma nos cedros... No junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraço com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

Augusto dos Anjos




*Eu pretendia comentar este poema, porém ao lê-lo novamente notei que não conseguiria, pois é grande, grande além das linhas, grande além de mim. Este poema é dominante e eu simplesmente me rendi...

4 comentários:

Arthur Alves disse...

é simplesmente PERFEITO! ♥

Horácio Adiabado disse...

Meu tudo e/ou nada disse...

"renda-se como me rendi..."

Meu tudo e/ou nada disse...

obrigada pela visita =]
experimente ler aquele mesmo poema de baixo pra cima ;)
bju