Minha foto
Porto Velho, Rondônia, Brazil
de repente sem ruído as unhas crescem os ossos esticam os dentes nascem o cabelo escurece os olhos aguçados a boca o peito o abdômen imutável a tumba confortável a tumba confortável a tumba só confortável só a tumba confortável

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Uns mundos*

Queria te contar do meu passeio,
fui de um mundo ao mesmo,
via jei na estática esquina
próxima a minha casa.
Eu ví coisas que nunca tinha visto.
Vivo mais agora.


Eu falei o tempo inteiro
e um bêbado ficou olhando
pra minha bunda.
Eu me troquei com as cores do
vitral da igreja e
do olho,
um olho só,
azul do cachorro
Vadio!

Sabia?*

Sabia que a minha barriga
esfria
sozinha
quando lembro da sua
dentro da minha?
sabia?

sábado, 26 de dezembro de 2009

Minhas, nossa!

Ai meu deus! minhas pernas tremem
Minha barriga irriquieta esfria, espreme...
O que é isso? é desejo?
Com total falta de compromisso
continuo desejando tudo isso!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Eu odeio química

Todos os malditos átomos que me cercam não me interessam em nada. A temperatura de uma substância que eu não conheço não me interessa.
O que me interessa a química não vê. É a química invisível que nunca entra na grade curricular. A sensação esquisita que dá na gente de acordo com o clima ou com o estado de espírito. Aquela maldita capacidade de saber quando erramos ou acertamos. É aquela indecisão simplesmente moral que nos atinge e não nos deixa perceber que a resposta está bem na nossa fuça. É a busca incessante por um sentido pra viver... Tem muitas outras coisas que a química não contempla na essência substancial do ser humano e são exatamente estas coisas que eu queria estudar!
Além do mais... Puta merda! Fiquei de exame final!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Próprio Umbigo

Collien, pode parecer bobagem, mas é isso (assim) mesmo...

Na frente da escola,
Collien Rodrigo e a menina
que só olha pro proprio umbigo
Adivinha, agora, onde é que o Collien mora?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Estou o vendo

Vendo a loucura,
Vendo a liberdade
E vendo tudo isso
que descobri ansiar
Vendo a angústia,
Vendo a inquietção
vendo a gente que quer tudo
e não chove no fim
das tardes de verão...

e eu pobre, vendo tanta coisa
sem valor,
Me recuso a conhecer
tudo com primor...

E este vendo
que tanto estou
Acaba triste com
o que tem sabor...

Vendo o pôr-do-sol no Madeira,
Ótima localização,
Desperta os mais simples dos valores...
Vendo a chuva que cai apenas para alguns,
raridade incomum
Vendo a força das
Palavras, dos sorrisos,
dos olhares...

E eu vendo tudo isso
Por uma noite de
alucinação,
Vendo tudo isso por um
momento de sensatez,
por um simples toque de lucidez
Ou quem sabe
Um turbilhão de mísseis autotróficos...

Garanto que ver
tudo aquilo
Pode ser um bom negócio...

Vendo de fora de dentro

* 09 de dezembro, em Brasília, na Conferência Nacional, Só entre milhares...

Tudo isto me transpôs
Me levou com simples
simplicidade,
Para uma superfície
tão intensa,
Para a jogatina da
Saciedade,
Intensidade,
Hipersensibilidade,
Futilidades...

Será que a verdade é
aquilo que se diz durante mais tempo?
Ou em mais situações?
A "Verdade constante" se confunde
com os momentos raros
Se torna mentira...

Paro!
Não se diz que é falso aquilo que vem de dentro!

A rima e a proletária

*30 de novembro de 2009

Amadora, proletária displicente
Troca o dia pela noite
Para escrever sandices...
É que quando pensa,
algo rima
Uma rima que a torna atormentada,
E que nem rima com nada
E que ela não sabe dizer,
e que rima com o mundo
que ela não sabe descrever,
Onde tudo se encaixa
dentro da caixa
do não saber
Que separa o certo do incerto
Como se fosse possível fazer...

A rima troca tudo de lugar
a rima a deixa eufórica
Borbulha em seu estômago
Abre espaço, retórica
Invade com permissão
dos neurônios sonolentos
não do fígado sangrento
Nem do barulho do ventre

Uma rima que não tem ginga
e nada disso que as rimas têm
É verso de pensamento
e pensamento verseja num trem,
Não!
No Avião!
Ou não! No trem mesmo...

E agora, como a proletária vai trabalhar?
Quando será que este
maldito trem vai parar?!

domingo, 6 de dezembro de 2009

O muro

*Breve explicação a quem me amou e hoje me odeia com simplório fulgor. Breve advertência a quem pretende me amar, e não me odiar...

Sou adequada
mudei de ideia sobre mim,
Sou tão adequada que permaneço aqui

Não ser dona da tarde sutil
que desce no peito,
Que doura o rio,
Não me incomoda mais...
Descobri que não amo demais
Não me importo em não chorar...

A ponto do Everest e a profundeza do mar...
Essa não sou.
é o meio de tudo isto que chama
e é pra este meio que vou

O muro parece alto,
mas sei me equilibrar
adoraria cair
mas sei me equilibrar
Queria quebrar a boca!
Me arrebentar em um dos lados feito louca!
Encontrar em um deles
o inverno lastimável
A primavera deflorável
o outono amável
e o verão libidinoso...

Mas aqui de cima tudo parece silencioso
Tudo parece ameno e confortável
sigiloso irrefutável...
Falo de sensação
A sinto apenas por imaginá-la...

Talvez seja apenas percepção que me falta,
Mas gosto do guarda-chuva que me mantém aqui
no alto,
sem medo de cair...
Eu gosto de não chover em tardes escuras
Gosto de não chover entre os trovões
Faço o drama no copo vazio
Eu me divirto com as emoções

Testamento

Joguem o meu corpo no mar,
Joguem o meu corpo no rio,
Joguem o meu corpo em qualquer lugar...
Mas não derrubem minhas árvores,
não queimem meus livros
e não mandem meus filhos pra guerra!

"O homem faz planos e Deus rí."

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ele não mentiu.

Para Carlos Moreira... Quando eu o lí.


Na madrugada pensando em dormir
resolvi burocratizar a poesia
Como um verso bíblico que se lê todo dia
Queria como um Salmo ouvir
mas senti as linhas em mim...
Não brinco, todas as sensações estavam lá,
escondidas,
Do êxtase, do "nada", da dor das feridas
Todas bizarras, disfarçadas,
intrometidas
Eu juro que as senti!
O poeta não mentiu...
Mentiu talvez pra ele,
Mas não mentiu pra mim...

sábado, 28 de novembro de 2009

Memórias

Eu sou uma contradição
E foge a minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido.

Memórias - Pitty

Engano seu...

Na verdade... Eu te engano ao me enganar.
Hoje vamos sair e tenho absoluta certeza que não vou voltar...
Tenho certeza que vou me arrepender por negar tudo e me entregar outra vez.
Absoluta certeza.
Mas ganhei um ponto
!
Ganhei um ponto que não sei usar
!
Mas ganhei um ponto
!

sábado, 21 de novembro de 2009

"A Árvore da Serra"

-As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

-Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs alma nos cedros... No junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraço com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

Augusto dos Anjos




*Eu pretendia comentar este poema, porém ao lê-lo novamente notei que não conseguiria, pois é grande, grande além das linhas, grande além de mim. Este poema é dominante e eu simplesmente me rendi...

sábado, 14 de novembro de 2009

Inversão

Quando a gota lhe parecer oceano
se torne poesia,
pois assim se transforma
dor em nostalgia
Quando o Oceano lhe parecer gota
se torne poesia,
pois só assim se transforma
tempestade em monotonia

Desconexicia

Quando tudo é mentira!
Quando nada é confortável.
Vira-se para um lado e não consegue respirar,
Vira-se para outro e afoga-se em urina.
A mentira... Tão cruel
Tira seus sonhos e te joga no calabouço da realidade,
no triste porão da amargura,
e ela é tão doce que fascina as formiggas,
elas a seguem em fila até encontrarem a escaldante
água do inferno que desce e as encolhe,
as reduz, viram nada!
Mas a mentira lhes conforta,
com nuvens e cânticos celestiais
Ruas e fechaduras em ouro maciço,
a mentira conforta a todos!
Agarremo-nos a ela com vontade,
ou fiquemos soltos no infernal paraíso da verdade...
Não ter opção é mentira.

A poesia do desgosto

Gostaria de escrever a poesia do desgosto,
do choro na garganta,
Do rubror no rosto,
Mas poesia triste nunca nos
deixa satisfeitos,
e ao descrever o ódio nunca se descreve direito,
Falta a última cartada,
A palavra de efeito,
falta a última perversão,
falta a estaca ou a cruz para enterrar-se em um pulmão...
Poesia angustiada não lhe deixa terminar
Pois esta arte é sublime
E o que é por ela exaltado
Sublime sempre será...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Poesia calada

Sabes qual é o medo da poetisa?
Que a primavera passe,
Que a brisa não a toque,
Que o frio não a envolva,
O medo da poetisa é a ocupação...
Ela não teme o erro, teme a displicência...

O medo confunde,
agarra os galhos e não os solta mais
Arranca as folhas e as põe em caixas...

É como não poder mergulhar.
O enorme muro se enfeita
Musgos verdes como o céu
Tão verdes quanto o céu...
Tão vivos quanto eu...

Não fale sobre isso!
O beijo que emudece,
A boca que fala,
A boca que cala...
A boca que inala...
A boca que cala!
A boca que rí,
A boca que cala!

A boca que fala, mas cala,
A boca que cala, mas fala!
O calar da boca quieta se irriquieta,
O calor da boca fria não esquenta...

A boca que fala morre,
A boca que cala ressuscita.

domingo, 8 de novembro de 2009

Toda a poesia do mundo

Se eu pudesse, guardava toda a poesia do mundo dentro de mim e cada palavra sentida tatuaria no meu corpo.
Eu poderia ser um livro, eu estaria feliz...
Mas eu não sou um livro.
Que pena.

A poesia vai se perder no segundo em que eu a ler...
Que pena que não sou um livro...

sábado, 7 de novembro de 2009

Quero ser professora...

A mentira é uma luz,
Que deixa na sombra o pus,
A poesia é beijoqueira,
e como Judas traiçoeira,
Freud, maldito, tirou minha ilusão,
Eu achei que era amor
e na verdade era tesão.


Quando eu crescer quero ser professora,
vão cantar pra mim a musiquinha da vassoura:
"Lá vem a diretora com o cabo de vassoura pra bater na professora!"

Eu vou ensinar que B com A forma BA
e nunca vou me irritar,
Vou ficar sempre quieta
e o povo vai me amar...

Vou ter uma mesa só minha
E quero uma maçã bem em cima,
Mesmo que eu não possa comer,
Vai aumentar minha auto-estima

Na hora do recreio vou brincar
com as garotas,
elas vão limpar a sala e aprender
a dobrar roupa

Os meninos vão pro pátio,
brincar de luta,
Se algum vier chorando
vou encará-lo brava e muda,
Ele vai engolir o choro,
Não vai ter nenhum consolo

Vou educar como se deve,
Como todo bom cristão,
Quem se rebelar vai pra fogueira,
Mas receberá minha oração...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009



As pessoas que já passaram da doce fase da vida, a juventude, geralmente são acometidas por uma doença terrível que por conta de seus sintomas deveria se chamar "síndrome do museu". Elas se apegam ao passado de tal forma que se tornam alienadas e ranzinzas, custumam viver sonhando com um mundo que não existe mais. Se fossem nostálgicas seria romântico, porém não, são intolerantes e etnocentristas. O pior dos sintomas é mesmo a rejeição do novo, o fato de não conseguirem enxergar o mundo que existe além dos seus olhos, perceber os jovens como uma totalidade e os tratar como "farinha do mesmo saco", inúteis, idiotas, alienados...
A sociedade deveria investir em pesquisas científicas que ajudassem a encontrar a vacina para essa epidemia, pois os decrépitos doentes não conseguem desenvolver nem mesmo um antigo raciocínio lógico como toda ação provoca uma reação.
Deixando as metáforas de lado. Cansei de ser impessoal.

Quando a sociedade diz que alguns os jovens não se importam com o futuro, são festeiros e não tem a menor noção de valores e princípios éticos, me dói ter que abaixar a cabeça, porém eu o faço, só que não por muito tempo, rapidamente a levanto para dizer de quem é a culpa. Em todas as épocas as pessoas eram como tinham sido ensinadas a ser, nesta época não é diferente. Será que foram os hormônios no frango? Será que é o aquecimento global? O que aconteceu com os jovens de hoje em dia?

Uma coisa eu posso garantir, ainda existe uma essência na juventude, e isto nunca muda, a capacidade de aprender, de mudar, de defender o que acredita com a arma que estiver em mãos
Agora no que acreditar? Pelo que lutar? Como lutar? Porque lutar?
Sinta-se responsável por ajudá-los com estas questões, pois existem jovens que estão lutando por dinheiro, outros por diversão, e outros lutam simplesmente para "envelhecer rapidamente"... Se não pudermos viver a vida enquanto ela acontece não vai valer a pena... Não vale a pena.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Ignorando o Hoje"



* 28/08/09 (Max Homero)

A sociedade vive cercada de princípios e custumes antigos. Nem todos são adequados à situação atual, mas afinal, quem se importa com o hoje?
O mundo pensa no que os jovens farão dele (do mundo) no futuro, se estarão na universidade, ou se terão um bom emprego e uma família estruturada. Os pais poupam dinheiro para os estudos e pagam em dezenas de parcelas um computador para os filhos, e tudo isso pensando em um futuro melhor... Isso é nobre, muito nobre e inegavelmente necessário, mas há de se convir que a negligência está disfarçada por trás das boas intenções.
Qual a ideia de juventude que a escola, a família, o Estado e as comunidades têm? O jovem nunca "será alguém" se ele não for considerado assim agora. Os adolescentes já são fortes e podem agir, lutar, questionar, produzir e viver no presente. Não se deve anular esta fase da vida e a entender como um corredor para o sucesso. A adolescência não é uma passagem, é uma imensa oficina, inovadora, surpreendente e completamente equipada que está trancada com cadeados, coberta de poeira e teias de aranha, imbutida no corredor escuro de uma escola antiga.
É necessário acreditar na capacidade que já existe naturalmente nos adolescentes. Maturidade não é relacionada diretamente com a idade e sim com as boas oportunidades que são aproveitadas, com as decisões adequadas e com a força com que se vive cada dia.
Projetar o hoje nas mentes jovens, expor os problemas contemporâneos e buscar soluções imediatas, viabilizar as construções coletivas nas escolas e em outros grupos adolescentes, permitir o acesso a arte, música, cultura popular, esportes, decisões políticas e afins, assim um futuro brilhante será apenas consequência de um presente valorizado.




O que eles falam sobre o jovem não é sério...

Não é sério...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A quem isso interessa na verdade?

Talento e vontade política... Adolescentes contra o abuso e a exploração sexual.