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Porto Velho, Rondônia, Brazil
de repente sem ruído as unhas crescem os ossos esticam os dentes nascem o cabelo escurece os olhos aguçados a boca o peito o abdômen imutável a tumba confortável a tumba confortável a tumba só confortável só a tumba confortável

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Duas pedras

Um passeio no campo
entre anseios de ancião,
vá calçado, pela calçada
de pedrinhas polidas
que está no meio da estrada
volta-se menor do campo
sempre vai e volta
e não volta.
foi o pequeno com o
peso do seu clã
garimpando a terra
com os pés de fã
da terra, dos sítios
das cercas de seu clã
fez subir cheiro de mato
do buraco, flores do cacto
seus cabelos negros
por decreto, roupas reais
e seu trejeito de verso
dormiu
acordou
pedra




Outro dia na caverna
entre avisos de vá em frente
na altura da savana
rasteje rente, não ame
o universinho das folhas
é pagão, é pastoril
é pequeno
só são coisas
vai a forasteira com o
mapa de si mesma
rasgando o céu
com unhas de titã
o céu da terra, dos sítios
das cercas de um clã
sentiu um cheiro de mato
descansa no buraco, flor do cacto
seus olhos velhos
foco incerto, vestes anacrônicas
e seu trejeito inverso
dormiu
acordou
pedra

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