O momento mais radiante/mortificante
foi quando você submerso
me apreciava
como ao fugu
e era você, era oculto,
tentador
com seus trejeitos,
seu palor
obsceno como só você
e a lua podem ser,
me apunhalava
de olhos fechados
eu com punhos frágeis, cerrados,
prestes a desistir daquele
corpo que não mais me acomodava
transbordava aliás,
ví seus olhos e boca
iguais
emergindo das minhas pernas
e mesmo diante da cratera
onde eu há muito tremia
e do apelo que minhas artérias
te faziam
não fui poupada
a terra do chão que eu
não pisava se decompôs
e eu deitada não tentei resistir
caí, caí, caí
meu rosto quente,
minhas mãos desfalecidas
nas correntes
fui tomada pelo eco da sentença
meu corpo relaxou derradeiro
sorri sem sentir
paz, medo ou qualquer
paladar
sorri executada,
morri te ouvindo
amar
domingo, 24 de janeiro de 2010
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