Minha foto
Porto Velho, Rondônia, Brazil
de repente sem ruído as unhas crescem os ossos esticam os dentes nascem o cabelo escurece os olhos aguçados a boca o peito o abdômen imutável a tumba confortável a tumba confortável a tumba só confortável só a tumba confortável

domingo, 24 de janeiro de 2010

O gozo e a morte

"O gozo é como a morte
Você vive, vive,
vive, vive, vive
e então morre."

Morrendo lento e brusco
com o mexer dos quadris
Adormecendo as pernas
e eriçando os pelos pela última vez

O ar sai lento e forte
dos pulmões, percorrendo
a boca que se torce minúscula,
imensa
os olhos se fecham lentos e intensos
e o corpo que há pouco se contraia
perde os movimentos

você se vê no escuro, apura a visão
e busca o paraíso, ele se foi
com a última convulsão
com o último riso.

2 comentários:

filos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
filos disse...

o gozo final é, com certeza, a morte. e todos vivemos impelidos para gozar do último virar de olhos.

ótimo poema!